segunda-feira, 6 de abril de 2009

Casa de oração ou Covil de Salteadores


“Tendo Jesus entrado no templo, expulsou todos os que ali vendiam e compravam; também derribou as mesas dos cambistas e as cadeiras dos que vendiam pombas. E disse-lhes: Está escrito: A minha casa será chamada casa de oração; vós, porém, a transformais em covil de salteadores”. Mt 21.12-13
Reflexão: A indignação de Jesus era justa. Os sacerdotes e os responsáveis pelo Templo haviam transformado o lugar de oração do povo judeu num grande mercado da fé. Às exigências cerimoniais do culto criaram um comércio para que estas exigências fossem atendidas. O que deveria ser algo do coração, que revelasse uma fé firme e sem estar vinculada às exigências do tradicionalismo cerimonial, transformou-se numa religiosidade mercantilista, atendendo apenas os pesados fardos que os líderes da época impunham ao povo. Jesus revoltou-se com este comércio e, com um chicote nas mãos, avançou sobre este desvio do que deveria manifestar a verdadeira fé. Gostaria de fazer um exercício de imaginação: se Jesus entrasse em nossas Igrejas hoje, ele sentaria no banco para adorar conosco, ou, indignado, se revoltaria contra nossa forma de culto? Será que Ele ficaria satisfeito em ver o comércio religioso que faz parte da forma de culto de algumas Igrejas que se dizem cristãs? Precisamos tomar o exemplo bíblico de como Jesus enxerga o culto a Deus, e refletir sobre a nossa forma de espiritualidade, para ver se estamos atendendo a expectativa do Senhor. Estaria Jesus satisfeito com as correntes de fé, rosas ungidas, santinhos, cobranças excessivas de dízimos, entre outras “explorações religiosas e cerimoniais”? Seriam estes instrumentos necessários para que a nossa fé pudesse ser reconhecida pelo Senhor, como uma verdadeira adoração? Devemos fazer uma leitura bem mais cuidadosa sobre o ensino de Jesus de como deveria ser a nossa adoração. Em todos os momentos, Jesus revela que a espiritualidade mais genuína está num coração entregue a Deus por amor, e, acima de tudo, que é compartilhada com os irmãos por amor e misericórdia. Uma fé que nos liga ao coração de Deus e ao do nosso próximo, pois eles são o campo da prática de nossa fé. O que Jesus viu no templo que causou tanta ira? Ele viu sacerdotes encastelados em suas funções, exigindo o cumprimento de suas leis cerimoniais, que traziam lucro ao seu mercado da fé. As pessoas precisam de algo palpável para sentir que são alcançadas pelas bênçãos de Deus, por isso aceitam esta exploração religiosa. Porém, a verdadeira adoração é a que é feita a partir de um coração entregue e contrito, em Espírito (comunhão com o Pai) e em verdade (fundamentado em sua palavra). Que o Senhor dirija a nossa fé!
Oração: Querido Senhor, renova a nossa espiritualidade dirigindo o nosso coração ao teu coração. Que a nossa forma de adoração seja a expressão de uma fé firmada em tua palavra e que revele a presença de teu Espírito em nós. Retira tudo aquilo que não condiz com uma verdadeira adoração em nossa vida. Orando sempre em nome de Jesus. Amém!

Rev. Fred Souto
Deus Abençoe!

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